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Todo mundo tem seu poço!

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Se cada tampa tem sua panela, cada um tem seu poço. O bom do conjunto é a parceria. Tampa e panela fazem um sucesso juntas. Porém, dá pra ter individualidade: podemos usar panelas sem as tampas – continuam sendo úteis. Mas poço é muito egoísta: porque além de ser feito pra cada um, também só cabe um.

Dúvido alguém dizer que está no fundo do poço de outro. Se estiver… errou de lugar. Tem um poço só seu, esperando pra ser ocupado.

Cada poço uma história. Claro que o meu é o mais fundo e tenebroso do mundo. Porque nele se encontram todas as minhas fustrações, angústias, medos. É nele que a solidão me toma, me aprisiona e me pesa a alma. Como eu sei? Já estive lá.

A sensação, no início é de torpor. Quase como uma alucinação decorrente do uso de entorpecentes. Você não tem certeza de que é verdade. Não sabe se realmente é um poço e se está no fundo. Você começa a cavar, acreditando que haverá uma outra saída. E fica mais no fundo, cada vez mais sombrio e não aparece nenhuma outra saída.

Quando você se cansa, quando já está sem forças e o efeito alucinógeno passa, você se desespera.

Daí, com dores que você nem imaginava poder sentir, com sangue escorrendo como lágrimas do seu coração, você olha pra cima.

Ao olhar para cima, você, finalmente, se dá conta de que está no fundo do seu poço. E fica lá, incrédulo, sofrido, tentando entender como foi parar lá. E começa o festival de culpas e desculpas. O mundo contra você. Você contra todos. Uma luta sem precedentes acontece. E, como toda luta solitária, não há vencedores e somente um único perdedor: você mesmo.

Então, se sentido um derrotado, e sentido nada, você olha novamente para cima. E descobre a luz. Encoberta por alguma coisa que não sabe reconhecer dado à escuridão da sua vida no momento.

Aos poucos, o olhos clareiam e você enxegar sua família, seus amigos. Descobre que a sombra é feita pelo amor deles. Na borda do poço, estão todos. Buscando uma forma de lhe salvar de você mesmo.

E lentamente você descobre que o poço não era tão fundo. Que o frio nem era tão forte. E que a dor, com um pouco de paciência e carinho, vai passar.

E como num sonho ruim, você acorda. Assustado. Ofegante. Um pouco perdido. Levanta, lava o rosto e vai tomar o café.

E descobre que, se cada um tem seu poço, toda tampa tem sua panela. E, mesmo que provisórias – às vezes – tem um montão de tampas para cobrir sua panela.

E, segue em frente….

crédito: luciana Cecchi