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O que fazer quando a gente não sabe o que fazer?

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Quantas vezes fiquei parada, retesada, lábios cerrados porque não sabia qual o caminho seguir e nem era uma encruzilhada? Quantas vezes pedi sabedoria para reconhecer e o que veio foi uma taquicardia de tanta dúvida? Perdi as contas de noites sem dormir pensando em uma solução sem nem saber o problema direito. Desisti de muitas coisas sem ao menos ter começado.

Aprendi – ou melhor, descobri – que o mais doloroso é o não saber. Porque uma vez descoberto o problema, você consegue administrar – mesmo que administre de forma errada. Não importa. Uma vez escolhido o caminho, você mesmo o faz. Mesmo com pedras e montanhas. Você administra.

Ter pesadelos com o que precisa mudar é muito melhor do que não dormir.

Mas, como achar o problema? Como sair da cegueira? Como caminhar sem matar a alma? Não sei se há uma fórmula mágica. E acredite, não existe processo indolor nem insípido. Tudo é dolorido e tem sabor. Às vezes, amargo, às vezes doce…. Azedo, também! Enfim, sabor de dor…

Eu choro. Choro escondido. Não é um choro aberto. São lágrimas que escorrem sem pudor. Sem controle. Escapam do meus olhos.  Não há soluço. Só lágrima. Choro um dia, dois. Algumas vezes choro uma semana. Perco o ar. Aliás, não o perco – simplesmente, não o acho. Não respiro. O ar não vem. Maldigo a mim mesmo. O computador. O tempo. Desisto. Encosto-me nas paredes do poço e permaneço. Chorando. Sem ar. No escuro.

Não quero companhia. Fico isolada. No poço. Chorando. Sem ar. No escuro. Sozinha.

Daí, aos poucos, o choro vai parando. Falta de lágrimas. De sal. De dúvida. Quem sabe?

Depois, começo a respirar. Pesadamente, ainda. Nada natural. Mas já não acho que não tem solução. Ainda não sei o problema, mas começo a pensar que há solução.  E assim, passo a dividir. Quero alguém ao meu lado. Não é para uma longa conversa. É só companhia. É para olhar para o lado e saber que se tem alguém do teu lado, então o poço não é tão fundo e o seu sombrio é habitável.

Aos poucos, vou abrindo os olhos e o coração. Ainda inchados das lágrimas e pesado de tanto sofrimento. Os olhos e o coração.

Vou enxergando. Cinza. Azul. Vermelho. Vou clareando o escuro da alma. E assim, sobrevivo.

Nem sempre encontro saída. Nem sempre acho uma solução. Mas pelo menos, encontro a coragem de seguir. De descobrir meu problema. E encarar a vida. Com fé! E entenda fé como algo amplo. Pode ser religioso. Pode ser espiritual. Carnal. Tanto, faz. Fé é fé! E não costuma falhar!

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foto: elo7.com.br